Merlot, uva símbolo do Brasil?

08:38:00

O texto a seguir foi extraído do volume Vinho – Medicamento para o Coração e Alma, obra mais recente do autor Áureo Rodrigues. O título de sabor lusitano e seu conteúdo também são resultados de muitos anos de pesquisa e degustação desta bebida salutar. Aprecie.

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Afirmam os dicionaristas que “enófilo é aquele que gosta de vinho, ou que se dedica ao comércio ou aos assuntos vinícolas”. Já o termo “enólogo se refere ao estudioso ou especialista em Enologia; também é
denominado enologista
”. Por final ENOLOGIA é “a ciência que trata do vinho, da técnica de produzi-lo e de sua conservação”.

Marcelo Andrade, enófilo de Nova Friburgo, RJ, num trecho de sua lavra, bem produzido aliás, escreveu e publicou, o artigo que o Organizador colecionou dentre suas “pérolas vinícolas”: ”Merlot, Uva Símbolo do Brasil? Argentina, Malbec; Chile, Carmenère; Uruguai, Tannat; Brasil, Merlot?”.

Atualmente temos visto um determinado “aparecimento” da bordalesa Merlot nas vinícolas nacionais, em virtude de se acreditar que a variedade venha a ser a uva de maior prestígio no Brasil e futuramente fora dele”.

O que tem levado os produtores a acreditar que devem investir nesta variedade que hoje é tão difundida quanto a Cabernet Sauvignon? Será por que se comprovou que, através de muitas pesquisas, é a variedade que mais tem respondido ao nosso clima e região?

A Merlot por ser uma variedade com menos tanino, acidez mais baixa e menos agressiva que a Cabernet Sauvignon, seria realmente a mais indicada para o consumidor brasileiro. Além de dispensar um tempo prolongado de guarda, talvez por que tenha respondido à altura com a produção de bons vinhos como o “Merlot Terroir” da Vinícola Miolo, o “Casa Valduga Merlot Premium” considerado também um dos melhores desde a safra de 2002, pela revista Gula, e ainda, o “Desejo” da Salton feito com 100% Merlot, destacando-se o saboroso “Salton Talento”.

Eu, particularmente, sempre acreditei que o Brasil tivesse um bom potencial para elaborar vinhos de alta qualidade, só que ainda não tínhamos achado o caminho e nem a variedade certa. Eu sou um defensor e um admirador da variedade Merlot e torço que ela venha realmente a ter um papel de destaque na vinicultura nacional. Não é à toa que a variedade teve um aumento de 35% no plantio por parte dos produtores da região do Vale dos Vinhedos, segundo a Embrapa - Uva e Vinho.

Até porque recentemente um dos maiores Winemakers do mundo, o francês Michel Rolland, tenha sido um defensor desta cepa no Brasil junto com o enólogo e diretor técnico da vinícola, Adriano Miolo.

Acredito também que futuramente haverá investimentos massivos nesta variedade. E quem sabe não teremos uma projeção mundial de vinhos nacionais? Mas, parece que esta batalha não vai ser tão fácil assim... É preciso combater o tal modismo que hoje ocorre com a Cabernet no Brasil. Desta forma vale a pena realmente tentar produzir-se um vinho de altíssima qualidade
investindo na Merlot, do que tentar-se diversificar massivamente a produção de algumas variedades que não correspondem à altura. Acho que é por aí... Só o tempo nos dirá se realmente valeu a pena acreditar nesta uva.

Como diz o próprio Rolland: “a paciência é a palavra-chave para se produzir bons vinhos”.

Saúde!

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